Nunca antes na história o poderoso mantra criado no final dos anos 70 por Walter Franco foi tão necessário. A canção tem em sua letra a repetição da afirmativa “Tudo é questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”.
Motivos não faltam para que fiquemos em um estado oposto ao que propõe a letra da melodia de grande sucesso na época. Se de um lado temos a aflição e a urgência de quem está desempregado em meio a um escasso mercado de ofertas agravado pela pandemia, do outro vemos o temor e a sobrecarga daqueles que estão empregados.
As coisas estão melhorando no mercado de forma muito lenta segundo dados mais recentes, porém, “quem tem fome tem pressa” e parece que a retomada sustentável da prosperidade no lado da oferta de mão de obra, ainda demora. O ciclo de retomada da economia terá seu ritmo próprio e será regido no primeiro momento pelo sentimento de segurança do consumidor interno e o arrefecimento das tensões internacionais. Após a fase mais aguda da pandemia, começamos a ver então o ressurgimento da atividade econômica rumo a elevação de sua capacidade, mas a expectativa é de movimento gradual e sujeito a retrocessos.
Ao mesmo tempo, a visível constatação da degradação nos negócios das empresas para as quais as pessoas que ainda preservam seus postos de trabalho têm, atrelado a sobrecarga de tarefas causada pelo corte compulsório de pessoal e combinado com a adaptação de uma atividade híbrida presencial / “home office”, faz com que o nível de estresse se mantenha acima do limite considerado produtivo.
De uma forma ou de outra, a consequência é um permanente estado de alerta muito prejudicial ao essencial equilíbrio mental o qual possibilita uma clareza capaz de nos conduzir a uma abertura criativa de alternativas para superar as turbulências. Quando nos deixamos sequestrar pelo assédio emocional que os estímulos externos e internos causam, bloqueamos uma parte importante do poder de navegar e experimentar caminhos inusitados ficando limitados ao que é mais seguro.
Ficamos angustiados e amarrados ao sentimento da perda que aquela nova situação nos impõem. Se antes havia um emprego que me dava o sustento, hoje não há. Se antes havia uma condição mais favorável de trabalho, desapareceu. A constatação e a apropriação desta nova condição é um processo doloroso mas muito necessário. O poder de desapegar, esquecer, desencravar aquilo que existia antes de dentro de nós aceitando, sem o conformismo apático, a nova realidade nos trará uma vibração positiva fazendo com que passemos a enxergar tudo que está acontecendo como um desafio motivador.
Porém, tudo isso é muito mais fácil falar do que fazer, não é? Sim, ninguém está minimizando o tamanho do desafio, mas aqui vão algumas dicas para ajudar:
1. Encare a situação atual como passageira. Devido ao modo padrão de sobrevivência, temos a tendência inconsciente de projetar nosso futuro em cima daquilo que estamos vivendo no presente. Ao fazer isso, ignoramos o sábio princípio milenar da impermanência de tudo. Use a constatação de que houve momentos difíceis no passado e que ficaram para trás.
2. Pratique 20 minutos diariamente de meditação em Atenção Plena (respiração consciente) vivendo o momento presente e cultivando a qualidade da autocompaixão
3. Escreva uma resenha de uma ou duas páginas sobre você. Faça isso como se estivesse contando uma história a respeito de uma outra pessoa. Uma escrita criativa, livre, e lembre-se, não é uma redação para o ENEM, será algo inspirador para você mesmo. Não importa erros de português ou mesmo falta de coerência. O importante é que você entenda o que está ali.
4. Encontre peças de relevância em sua narrativa, identifique valores, marque seus interesses e liste suas maiores habilidades.
5. Faça uma reflexão e transcreva para uma lista tudo aquilo que realmente você é grato, desde o ar que respira, suas pernas, saúde, formação, enfim tudo que vier a mente, grande ou pequeno, registre tudo. A medida que escreve, deixe o sentimento de gratidão e de empatia invadir sua mente. Reconheça e aproveite a sensação que isso lhe proporcionará.
6. Em cima do estado de graça que o exercício anterior trouxe, comece a pensar em alternativas, possibilidades sem preconceitos, sem censuras. Faça uma tormenta de ideias (brainstorm). Tenha muitas ideias. Acolha as ideias loucas, elas servem de ponte para aquelas mais criativas. Registre todas elas, se possível, em post-its (lembretes auto adesivos) de modo que você possa criar depois categorias juntando grupos daquelas que combinam grudando-os em uma parede, elas podem ser complementares.
7. Selecione aquelas poucas ideias que você julga mais efetivas e passíveis de serem postas em prática. Teste-as em protótipos , experimente-as, converse a respeito com pessoas de sua confiança, mais experientes ou/e que gozem de sua admiração. Identifique o caminho e só aí então faça um plano de ação.
8. Finalmente ponha em prática. Um empreendimento, uma atividade autônoma, um trabalho temporário, uma nova forma de fazer as coisas, enfim, reinvente-se.
Busque aquela motivação no fundo da reserva técnica. Levante com energia e disposição, acredite em você que os bons ventos soprarão a seu favor.
E não esqueça nunca “TUDO É QUESTÃO DE MANTER: A MENTE QUIETA, A ESPINHA ERETE E O CORAÇÃO TRANQUILO”.
Faça contato comigo para me contar a sua experiência com esse exercício pelo whatsapp: 011 94299-8729 ou pelo email: laudio@lnmc.com.br
Precisando de ajuda, estou a disposição.
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